Desodorante para a mamãe

desodorante Crystal
Amamentando, temos que cuidar em dobro os produtos que usamos no corpo. Cheirinho de mãe é natural ao bebê. Perfumes marcantes, não.

Ao escolher um desodorante, além de optar por um produto sem perfume observe também se é saudável para você, para seu bebê e para o planeta.

Existem grandes marcas fabricando desodorantes sem perfume, sem parabenos, sem álcool. Mas ainda contendo cloridratos de alumínio, logo o componente mais preocupante. Há estudos que indicam ser um dos provocadores do câncer de mama. Além disso, ao disparar o spray do aerosol, estamos respirando alumínio.

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Minha única experiência com um desodorante sem sais de alumínio foi um desastre. Estava viajando, meu fiquei sem desodorante e resolvi comprar o primeiro produto que encontrei. Não havia opção sem perfume, escolhi o que parecia ser menos enjoativo. Tão ruim, que nem existe mais a fragrância à venda, era a tampa azul igual ao rosa da Body Shop, de Londres.

Nos primeiros meses da Dora, meu desodorante acabou e resolvi dar mais uma chance ao roll-on esquecido na prateleira – não lembrava do cheiro. Não sei se ela não me reconheceu ou não suportou a fragrância, não quis mamar. Depois de lavar bem, removendo qualquer resquício do produto, ela voltou ao peito.

Comecei a usar há pouco o Crystal, que existe à venda no Brasil. É um desodorante de bastão, um produto mineral antisséptico, sem perfume, feito de Ammonium Alum. É como se fosse um roll-on, mas não é “melequento” como o roll-on.

O bastão é uma pedra seca. É preciso umedecê-la antes de passar nas axilas. Eu tiro a tampa, viro de lado e deixo pingar água da pia no topo, evitando que escorra água pelo bastão. Viro de ponta cabeça para escorrer o excesso d’água. Aplico de um lado até secar bem. Molho de novo e aplico do outro lado. Cuidando para guardar seco, pois a água pode rachar a pedra. Também é possível aplicar na pele limpa e úmida.

Não deixa cheiro e não mancha. Não acho que seja eficaz por muitas horas, no entanto. Se for praticar alguma atividade física, estiver usando roupa sintética, passar por diferenças de temperatura, vale repor o produto. Depende do quanto você transpira, uma precaução que vale para qualquer desodorante. O perigo dos desodorantes 24h ou 48h é que são antitranspirantes, inibem a transpiração.

Dizem que cuidando bem dura anos. Nem por isso queria arriscar e pagar caro. Existem produtos idênticos, que certamente são igualmente bons, custando R$ 75 no Brasil. Comprei este de 40g por R$ 20 e por enquanto estou satisfeita.

Axilas recém depiladas (se você arranca os fios) podem ficar livres de desodorante por pelo menos 24h. É uma forma de usar menos desodorante. No dia da depilação nem faz bem pra pele usar desodorante.

Existem outras formas naturais de evitar odores nas axilas. Se estiver sem desodorante em casa, já experimentei esfregar um pouco de bicarbonato de sódio – um pouquinho do pó seco mesmo. Também não mancha e não dá cheiro.

 

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Experimentei: linha Lippia Alba (para os cabelos)

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Gestantes, principalmente, devem tomar cuidado com os produtos de beleza e higiene que utilizam, uma proteção ao bebê. Mamães, também. Eu agora tomo banho ao mesmo tempo que a Dora – seja no chuveiro e a Dora na banheirinha dentro da banheira, ou dando banho com ela no colo. A espuma do meu shampoo às vezes vai longe e pode cair na água dela ou até nela. Por isso cuido para que meus produtos sejam sempre que possível naturais e seguros.

Há cerca de um mês, comecei a usar a linha Lippia Alba, da Herbia. O rótulo recém foi remodelado e está lindo. As embalagens do shampoo e do condicionador são invertidas: isso não é um erro, é muito bem pensado. O shampoo, que é mais líquido, mais usado e não deve ser desperdiçado, fica “de pé”, com a tampa pra cima. O condicionador, mais cremoso e espesso, fica de “cabeça para baixo”, com a tampa na base, para descer bem e ser bem aproveitado.

Meus cabelos são mistos, mais para oleosos, então adorei. A sensação de cabelos limpos começa no perfume – cheiro “verde”, natural e refrescante da erva cidreira, como também é conhecida a verbena brasileira. Lembra o creme de mãos Folhas Mágicas (feuilles magiques ou magical leaves), da L’Occitane en Provence, com verbena (Lippia Citriodora Leaf extract) e alecrim, que infelizmente parece ter sido uma edição limitada que não foi mais lançada. O perfume é bem mais marcante que o shampoo de lavanda e verbena branca da Herbia, dura mais nos cabelos também. Aliás, tal como a lavanda, a verbena tem propriedades calmantes.

Gosto de usar duas vezes o shampoo e bem pouco condicionador (nas pontas). Mas já usei uma vez só o shampoo (banho corrido de mãe) e funcionou. Lava bem, sem ressecar. Geralmente acho os condicionadores voltados a cabelos oleosos fracos e pouco eficientes, mas não é o caso deste. Tanto que o fabricante recomenda usar a partir de 3cm de distância do couro cabeludo.

Testei em dias secos e dias úmidos. Em banhos longos e curtos, com água bem quente. Mudei o corte. Tudo certo, aprovadíssimo. E rende bem. Recomendo para gestantes, lactantes e todos que quiserem experimentar, mesmo os papais. Não é exclusividade feminina!

Além de tudo, não testado em animais.

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Primeira consulta ao dentista

primeira consulta ao dentista: quando fazer?

Não precisa esperar o primeiro dentinho chegar, a primeira consulta ao odontopediatra deve ser bem antes disso *foto: Maturana/flickr

Como garantir uma dentição saudável do seu filho? Quando começar a se preocupar com isso? A nosso convite, a Drª Andreia esclarece essa dúvida:

Quando deve ser feita a primeira consulta ao dentista?

Essa é uma dúvida que muitas mães têm. Com que idade devo levar meu filho ao dentista?

O ideal é antes mesmo do nascimento, durante o período gestacional. É neste período que iniciam a formação e a calcificação dos dentinhos do bebê. Condições bucais desfavoráveis na mãe, como cáries e doenças gengivais, má alimentação ou ingestão de medicamentos, podem interferir diretamente na saúde bucal do futuro bebê.

Além disso, infecções gengivais severas não tratadas durante a gestação podem levar a complicações gestacionais, como partos prematuros e pré-eclâmpsia e à geração de bebês de baixo peso. A gestante, devido aos enjoos e refluxo, pode desenvolver erosão dental pela presença constante de ácidos na cavidade bucal. O aumento do estrógeno e progesterona, com presença de placa bacteriana, favorece a inflamação gengival. Por isso, quanto mais a futura mamãe souber em relação à sua saúde bucal, melhor será para o bebê, visto que os hábitos são transmitidos de mãe para filho.

A alimentação durante a gravidez também é importantíssima. Sabe-se que o paladar se desenvolve a partir da sétima semana de vida intrauterina e que os alimentos interferem na qualidade do líquido amniótico. A sacarose (açúcar) ingerida em excesso pela futura mamãe passa para o bebê através do líquido amniótico, e ele se acostuma a altas doses de glicose, desenvolvendo um paladar ávido por doces ao longo da vida, o que aumenta muito o risco de desenvolver cáries. A dieta da gestante deve ser rica em vitaminas A, C e D, cálcio e fósforo durante o primeiro e segundo trimestres de gestação, período em que os dentes de leite do bebê estão em formação e calcificação.

Por essas e outras inúmeras razões, é muito importante para a gestante fazer o pré-natal odontológico. Muitas vezes, quando recebo crianças pequenas para consulta, alguns hábitos de higiene e alimentação já estão instaurados e fica muito difícil mudá-los. Outras vezes, crianças muito pequenas, aos dois ou três anos de idade, já vêm com algumas necessidades de tratamento, o que é uma pena. Investir na prevenção ainda é a melhor maneira de proteger nossas crianças. Quanto mais cedo a mãe procurar auxílio, melhor para ela e para seu filho. Só assim poderemos vislumbrar um futuro livre de cáries e de outras doenças bucais.

Dra. Andreia Ziliotto Berlitz
Especialista em Odontopediatria-CRO/RS7536
Porto Alegre-RS
Email: deiaberlitz@terra.com.br

Leia também:
O primeiro post da Drª Andréia, Amamentação: o primeiro aparelho ortodôntico.

Foto: Maturana / flickr

 

 

Como adaptar looks para gravidez e amamentação

Tanta roupa boa que deixa de ser usada na gravidez e na amamentação, não é mesmo? Não precisa ser assim. Com alguns acessórios, nenhuma barriga de gestante ou pós-parto precisa passar frio. É só incluir no guarda-roupa uma faixa para as barrigudinhas ou uma camiseta base para as mamães.

Sabe aquela vontade de abrir o botão das calças jeans pra encaixar a barriga? Na gestação não é um capricho depois do almoço, é uma necessidade por bem mais tempo. Com o Mammybelt, é possível abrir o botão com estilo e protegendo a barriga. Nesta loja online, eles vendem nas cores básicas e também faixas avulsas coloridas ou com detalhes charmosos, como rendinhas.

como usar o mammybelt

como usar o mammybelt

Não enfrentei o inverno grávida, então não precisei usar roupas de frio com o barrigão e não conhecia o acessório na época, digo sem experimentar. Deve funcionar melhor com calças que já são de cintura baixa. Mais para o final da gravidez, além do barrigão enorme, o quadril naturalmente fica mais largo para preparar o corpo para o parto – aí certamente roupas mais apropriadas para gestante ou leggings e calças de cotton ou de tecidos mais maleáveis devem ser mais confortáveis e indicados. Mesmo assim, a faixa economiza gastos desnecessários no começo da gravidez, quando a gente nem tem total noção do tamanho que a barriga vai ficar.

E depois, para amamentar, acabamos nos limitando a cardigans, camisas e blusas que abrem na frente. Com uma camiseta base, como o modelo da Samba Calcinha, as blusas cacharel, os blusões de lã e as camisetas podem continuar em uso. É só levantar a blusa sem vergonha, que ali está a segunda pele já com a abertura para o sutiã de amamentação. Prático e quentinho. Aproveitem que a Samba Calcinha está liquidando esta semana!

camiseta base para amamentação

 

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Outro acessório coringa: o colete
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Resenha da Samba Calcinha

Finalmente de volta!

pilates na gravidez

Uma ponte sobre a Av. Paulista: eu e minha instrutora Bruna no último dia de pilates na gravidez – meu exercício favorito pra garantir que a mocinha estaria bem posicionada para o parto

Meu melhor presente de Dia das Mães foi voltar ao pilates. Fui bem mimada no dia também, claro. Ganhei café da manhã especial e presentes… Mas essas duas horinhas semanais são preciosas.

Que delícia sair do estúdio bem alinhada e chegar em casa mais disposta! Trabalhar a força da coluna. Ganhar força muscular. E rever os amigos.

Há quem procure exercício físico e dieta para “recuperar o peso após o parto”. Este não é o meu caso, que já fazia pilates antes de engravidar e pratiquei durante toda a gestação, com alimentação equilibrada, meu ganho de peso na gravidez foi dentro do esperado. Ainda mais sem trabalhar musculação, amamentando (e tendo que cortar o leite), voltei ao peso da época da faculdade (cerca de 5kg a menos de antes de engravidar).

Dá pra perceber quanto tempo fiquei fora pela obra do shopping vista da janela do estúdio:

vista da Av. Paulista em 2013/2014

Nesse um ano que se passou, não posso dizer que fiquei parada. Amamentando bastante, dando muito colo, caminhando (e andando quase exclusivamente a pé, nem transporte público), empurrando carrinho… Sem dúvida meus braços estão mais fortes!

Não recomendo pra ninguém ficar tanto tempo sem fazer exercício físico! Numa rápida reavaliação, minha instrutora já sabia dizer de que lado eu pego a Dora no colo. Corpo de mãe é assim mesmo, vai se moldando.

Amamentar é sustentável

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Neste mês de abril, completo um ano oficialmente como mãe* e vou presentear outra mamãe!

Mamãe Sustentável e Samba Calcinha estão sorteando um sutiã de amamentação e um par de absorventes de seio laváveis. Para participar, preencha o formulário e responda: por que amamentar é um ato sustentável?

Inspire-se seguindo-nos nas redes sociais: Mamãe Sustentável no Facebook, no Twitter, no Instagram e no Pinterest; Samba Calcinha no Facebook e no Twitter.

Quem ganhar poderá escolher o modelo e o tamanho de sua preferência. Dêem uma olhada neste link.

* Sim, a Dora está quase completando um ano! Eis o motivo da minha demora em atualizar o blog – envolvida com os preparativos da festinha. Entre um post e outro, lembrem de ler meus artigos também no Piccolo Universe.

Saiba mais:
Leia minha resenha sobre os produtos da Samba Calcinha

Muitos brindes!

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Ano passado, gestante, brindei o Ano Novo com taça de espumante recheada de água com gás. Este ano estou amamentando e não vou tomar bebida alcoólica pelos mesmos motivos, mas quero ser mais criativa. Hoje, meu “vinho tinto” é suco de uva, o “branco” é o suco de maçã (mas poderia ser de uva branca, uva branca com coco ou de lichia) e meu “vinho rosé” é o suco de cranberry com kiwi – todos integrais, sem adição de açúcar ou corantes e preferencialmente orgânicos. Esses são prontos, fáceis de encontrar para o dia-a-dia. Ocasiões especiais merecem drinks feitos na hora.

Já havia comentado aqui, aqui e aqui sobre bebidas para mamães. Reuni agora algumas receitas para gestantes, mamães e (por que não?) adolescentes – para festas de 15 anos, de repente. Diferente de receitas clássicas de coquetel sem álcool, evito adicionar refrigerantes, leite condensado (pois é), creme de leite, leite, café, groselha, como também evito açúcar refinado, adoçantes em geral. Você pode usar açúcar cristal orgânico ou demerara ou adoçar com mapple syrup orgânico ou agave se necessário.

Veja as receitas que selecionei para as festas este ano:

Clericot sem álcool
Ingredientes:
1 pêssego bem picadinho
1 laranja média cortada
2 maçãs
1 xícara ou 1/4 de abacaxi em cubos
3 xícaras de água com gás
1 1/2 xícara de suco de uva branca integral
Gelo

Modo de Preparo:
Misture todos os ingredientes numa jarra média

* Receita adaptada da Fruit Sangria da Spicie Foodie.

Aqui em Porto Alegre, onde passo as festas de fim de ano, não encontro suco integral de maçã, apenas de uva com a mesma textura. O clericot pode ser feito com suco de uva branca, suco de maçã ou espumante não-alcoólico – a vantagem de fazer com suco é não acrescentar açúcar. O espumante sem álcool que encontrei no mercado é feito com os dois sucos, maçã e uva branca, mas tem adição de açúcar. Quem fizer com suco de maçã pode substituir as maçãs dos ingredientes por melão (2 fatias em cubos) ou uva. As frutas podem variar a seu gosto – uma das melhores sangrias que tomei (certamente a mais alcoólica também) foi num restaurante gringo vegetariano no meio do Pelourinho, em Salvador, na Bahia, e levava até melancia, que eu adoro.

Drinque de Melancia
Ingredientes:
1 kg de melancia
2 limões
2 maçãs
500 ml de água com gás
Açúcar a gosto (dispensável)
Hortelã para decorar

Modo de Preparo:
Liquidifique a melancia e adicione o suco dos limões e a maçã picada, bata e coloque cubos de gelo. O ideal é tomar bem gelado. Decore com folhas de hortelã.

* Conhecia uma receita parecida de uma padaria de São Paulo que chamava de “suco verão”, que só não levava água com gás, mas esta aqui é da Keila Cristiuma, diretora da Sempre Materna

Mojito sem álcool
Ingredientes (para render 1 copo):
8 folhas de hortelã
½ limão
Bastante Gelo
Água com gás
Açúcar orgânico a gosto

Modo de preparo:
Coloque em um copo “long drink” o limão, a hortelã e o açúcar. Macere até extrair o caldo do limão, como para um mojito normal. Acrescente o gelo e coloque a água gaseificada até completar o copo, depois é só mexer com uma colher. Capriche na hortelã e no gelo para refrescar.

* Esta também é da Keila. Eu deixaria ainda mais refrescante e picante com lascas de gengibre.

Saiba por que evitar:
*Refrigerantes aumentam a tendência para formação de gases e causam desconforto na região abdominal nas gestantes, podem provocar cólicas nos bebês e a cafeína do guaraná e das colas pode acelerar o coração do feto e deixar o bebê agitado ou com cólica.
*Creme de leite e leite condensado devem ser evitados pela nutriz não por serem calóricos ou gordurosos, mas principalmente em casos de mães com bebês com suspeita de refluxo ou que regurgitam muito, em função da alergia ao leite de vaca pelo intestino imaturo dos bebês (que receberia tudo pela amamentação) – nesse caso, as versões light, desnatadas e sem lactose não adiantam.

Transporte público com bebê em SP

No Dia Mundial Sem Carro, vamos falar de transporte coletivo. Neste ano, várias manifestações no Brasil foram desencadeadas do protesto estudantil pela tarifa zero do transporte público. Deveria existir uma lei para que mães em licença maternidade não pagassem tarifa de ônibus ou metrô, ao menos as contribuintes individuais do INSS.

Gestantes e portadores de criança de colo não são isentos de cobrança, mas têm prioridade no embarque e nos assentos. Ainda não tive coragem de andar de ônibus com bebê de colo, geralmente prefiro andar a pé no mesmo trajeto. De metrô, já experimentamos duas formas: com babysling e com carrinho.

Com sling, sem dúvida, é mais prático, ainda mais se você não for caminhar muito depois e puder ficar com a criança o tempo todo no colo/no carregador. O que dificulta é que os outros passageiros não vêem (ou fingem que não vêem) que você carrega um bebê – e você vai precisar sentar. O sling é prático até para amamentar dentro do trem se preciso. Infelizmente os assentos prioritários nem sempre são ocupados por passageiros com prioridade e quem costuma se levantar para ceder seu lugar são pessoas que compreendem sua necessidade pois geralmente elas também deveriam estar sentadas (idosos e pessoas com o braço enfaixado foram as mais solícitas quando andamos de metrô).

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Novo elevador na Estação Sumaré

Andando sozinha com a Dora para ir a uma consulta médica, por exemplo, não tenho alternativa a não ser levar o carrinho. Com carrinho no metrô, a gente fica dependente da acessibilidade das estações de embarque, baldeação e desembarque. Siga as indicações de embarque preferencial, mas se informe antes se o elevador está funcionando e em qual andar você deve descer. Em São Paulo, há vários elevadores novos nas estações, mas não estão bem sinalizados em qual plataforma você deve descer para o destino ou linha que for pegar. As filas de espera são concorridas, então um simples erro pode atrasar muito sua viagem.

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Ao entrar no vagão, observe as sinalizações de bicicleta ou cadeirante. Nesses vagões sinalizados há um espaço para estacionar o carrinho – geralmente entre a porta e um assento preferencial. O condutor do carrinho deve ficar de pé, e as rodinhas do carrinho devem ser travadas. A criança, se permanecer sentada, deve ficar presa com o cinto afivelado.

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O carrinho travado pode ficar ao lado da porta, liberando a circulação

A parte mais complicada com carrinho, na minha experiência em São Paulo, foi a interligação das linhas amarela e verde. Para subir da linha amarela até o andar da verde na estação Paulista/Consolação tem elevador, mas ele não te deixa na plataforma, pois seriam duas estações diferentes. Se você sair pelo lado de fora, deverá pagar nova passagem para embarcar. A ligação interna é feita por uma esteira rolante por onde não é seguro andar de carrinho, mesmo que travado. O corredor sem esteira é geralmente ocupado no sentido de quem vem da Paulista ou linha verde e vai para a linha amarela, não no sentido contrário. Andar contra a maré com carrinho é impossível. O único jeito viável seria ter o apoio de um funcionário do metrô nesse trecho, para fechar o carrinho, pegar o bebê no colo e carregar o carrinho fechado. Como são duas concessões diferentes, os funcionários não costumam atravessar de uma estação a outra. Atravessamos com o carrinho aberto na esteira para não mais voltar por esse caminho. Nesse trajeto ou na maioria, sempre que possível, prefira os horários de menos movimento.

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Bilhete especial para gestantes

No ônibus, na Capital, em São Paulo, grávidas a partir do quinto mês de gestação e portadores de criança de colo podem desembarcar pela frente do carro, pagando passagem, em função da dificuldade em atravessar a roleta/catraca. Cobradores que enxergam o barrigão são compreensivos. Em São Paulo, existe um bilhete único para gestantes, que lhes concede o direito do desembarque pela frente do ônibus. Até eu descobrir que isso existia, já estava quase no final da gravidez. Como seria um bilhete igualmente pago, preferi continuar com o meu normalmente. Não foi por isso que deixei de desembarcar pela frente – no final, era impossível fazer diferente.

O primeiro trimestre de gravidez é o mais difícil, pois a barriga ainda não é visível, o embarque e desembarque é normal e a gestante pode até ficar constrangida em sentar na poltrona preferencial. A náusea no começo da manhã fica acentuada com o movimento do ônibus, então aproveite seu direito. Peça licença e sente-se.

O benefício do desembarque pela frente deveria ser estendido ao acompanhante. Para passar o bilhete ou pagar a passagem e para descer do ônibus, o acompanhante ajuda bastante. Esperar o acompanhante desembarcar pra te buscar na porta é bem demorado e não são todos os motoristas que têm paciência de esperar. Descer o degrau desnivelado da calçada com o barrigão é bem difícil. Não vou esquecer um dia em que estava indo fazer yoga para gestantes, e um velhinho me deu a mão para desembarcar do ônibus. Podíamos cair todos! Mesmo assim, foi bonito.

Para viagens longas no Brasil é uma vergonha, não existe uma opção mais sustentável. Produzindo o documentário Magnífica Desolação, de Fernando Coimbra, fiquei apavorada com a diminuição da malha ferroviária e como não há mais trens de passageiros – já são raros os turísticos. Acabamos dependendo dos ônibus ou do avião. Pelo menos são fretados, mas isso pode ser tema de futuros posts.

Saiba mais:
Esta é a Semana da Mobilidade em São Paulo, de 18 a 25 de setembro
As aventuras de outra mãe pelo metrô paulistano no ano passado
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