Presente para o papai

Três sugestões de presentes sustentáveis para o Dia dos Pais:

Camiseta Greentee

Greentee & Esforçado

Greentee & Esforçado

As camisetas Greentee são feitas de malha ecológica, de algodão orgânico ou de garrafa PET, e têm uma proposta social. Cada camiseta vendida gera uma gêmea, que é doada a uma criança de uma instituição cadastrada. Há estampas descoladas como esta, diretamente dos muros de São Paulo: Você Praça Acho Graça – uma campanha criada por Dafne Sampaio, o Esforçado, por mais espaços públicos. As camisetas (pelo menos quando compramos para o papai no ano passado) vêm embaladas em saquinhos de algodão feitos com sobras da malha, que podem ser aproveitados em viagens.

Flores, por que não?

rosa de pedra

rosa de pedra *foto: Anderson S. Silva

Flores não são presentes exclusivamente femininos. Alguns arranjos podem ficar lindos e masculinos. Para ficar ecologicamente correto, seria bacana manter a flor ou planta no vaso com terra. Você pode escolher plantas de sombra. Uma suculenta, por exemplo, como a flor de pedra. Ou iniciar uma horta de temperos, com um pé de pimenta.

Carregador de bebê

wrap BabySlings

wrap xadrez marrom BabySlings

Um sling bem masculino, como um wrap liso ou estampado ou MeiTai (ah, queria essa promoção no ano passado!), para abraçar a paternidade. Porque colo de papai também é muito gostoso. Bom presente para futuros papais também!

Certifique-se antes da compra se o carregador é indicado ao tamanho do papai. Wrap costuma dar certo, porque são cerca de 5m de tecido que se amarra de várias formas. Já outros carregadores podem ser mais práticos de usar, desde que compridos o suficiente.

Leia mais:
Por que usar tecidos ecológicos?
Presente original: plantinhas
Sem limite de colo – nossa experiência com sling de argola e MeiTai

Sem limite de colo

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Colo e carinho em excesso não têm efeito colateral – a não ser criar uma criança feliz e segura (e ocupar os braços e forçar a coluna da mãe). A psicoterapeuta Laura Gutman explica que os filhotes de outros animais prontamente nascem independentes, com a habilidade de se locomover. Já os bebês humanos passam por mais 9 meses de gestação extrauterina.

“(…) quando o bebê tem suas necessidades respeitadas, logo cresce e evolui. Se sua segurança interior for forte, terá mais coragem e vontade de explorar o mundo exterior.

Lembremos que ninguém pede aquilo que não precisa.”

Laura Gutman – A Maternidade e o encontro com a própria sombra, p. 130

Por isso, sou muito fã dos carregadores de tecido, especialmente o babysling e o Mei Tai, que são os que já experimentamos. Afinal, um bebê tão pequeno não aprendeu a fazer manha. Muitas vezes precisa de colo extra, sim. E você vai agradecer por poder ficar juntinho do bebê e ter as mão livres.

O sling ou ring babysling, que é o carregador de argola, é muito prático e pode ser usado desde o nascimento. Há uma variedade de posições para colocar o bebê – que você pode conferir neste manual. É como uma redinha, um ninho bem aconchegante, onde ele pode ficar na posição que estava no útero. Bem pequeninho, ele pode ficar deitado, na altura do peito. E você pode deixar de prontidão, encaixado, e ajustar o tecido ao colocar o bebê – puxa embaixo, de um lado, afasta um pouco o nó… Há várias posições para adotar, mais ou menos de acordo com os diferentes colos (hoje uso mais o apoio lateral, sentadinha).

Na rua, você pode proteger o bebê (do sol, da fumaça, dos olhares e até da garoa) com o que sobrar de tecido do outro lado da argola. Alguns modelos vêm com bolso nesse restante de tecido. Seu tamanho, quando comprado sob encomenda, pode ser ajustado de acordo com a altura da mãe, como já havia comentado. E pode facilitar a amamentação em lugares públicos – além de discreto, é um apoio para segurar o nenê em posição confortável.

As argolas podem atrapalhar em duas situações. Se for fazer longas caminhadas, descer ladeiras, o sling vai escorregando e você sentirá a pressão da argola no seu ombro, no ossinho. Ao passar em detectores de metal, no banco ou no aeroporto, pode apitar o alarme. No aeroporto costumam pedir para você passar no detector segurando a criança afastada do seu corpo, então não vai poder usar o carregador nesse momento. Além das argolas de inox, como eu uso, existem as argolas de nylon, injetadas especificamente para este fim, que são seguras e podem ser uma alternativa nessas situações.

O Mei Tai é o que mais se aproxima do canguru (para quem não conhece, é o desta foto). Foi nosso presente do Dia dos Pais e é um bom recurso de participação paterna. Mesmo que o a papai tenha usado com sucesso (fotos acima para comprovar), é o meu recurso favorito para os colinhos do final da tarde, quando preciso resolver algumas coisas e a Dora já está cansada.

Ainda que seu uso seja lógico (sem precisar quebrar a cabeça com o que fazer com o pano, um impasse para iniciantes no wrap, por exemplo), tive uma preguicinha inicial pra começar a usar. Até assistir ao vídeo abaixo e ficar segura de que poderia amarrar sozinha o Mei Tai em mim. Mas é importante aguardar o bebê estar com o pescoço bem firme e poder afastar as perninhas no seu colo para começar a usar.

Diferente de alguns modelos de canguru, o contato com a criança é direto, com o calorzinho do peito, sem material intermediário. Eu duvidava que o bebê pudesse dormir no colinho de Mei Tai, mas é totalmente possível. Na posição barriga-com-barriga, como demonstra o vídeo, minha filha encosta a cabecinha no meu peito e, já nos primeiros dias de uso, dormiu confortavelmente ali. No colo do papai, também.

Estou quase tão fã do Mei Tai quanto do babysling. Já me deu mais segurança para usar em transporte público ou mesmo em táxi. Com o crescimento do bebê, sua coluna vai agradecer por distribuir melhor o peso. Uso como uma mochila na frente – se preciso tirá-la dali, abaixo as alças e pego por cima, conseguindo posicioná-la novamente sem ter que amarrar tudo do zero.

Aliás, esse modo de carregar (barriga-com-barriga) e sua forma de fechar é bem parecida com a do wrap – que é literalmente um pedaço comprido de pano. Se for escolher um wrap, a dica da brasileira que mora na Croácia é preferir os modelos que têm uma estampa diferente no centro, indicando onde você deve posicionar o bebê.

Apesar de quase todos eles poderem ser usados como mochila, nas costas, acho que só terei coragem de usar dessa forma com criança maior. Até mochila ou bolsa precisamos carregar na frente do corpo no Brasil! Mas no mundo todo, esse é um dos modos mais comuns de carregar o bebê.

Veja como usar o Mei Tai e como amamentar usando o babysling:

amamentar

mudar de lado
(esse sling do vídeo não tem argola, mas no meu, com argola, sentia mais segurança em posicionar a cabecinha no lado da argola, o que ficava mais parecido com a posição que ela demonstra)

Mei Tai

Saiba mais:
Sobre carregadores em passeios
Outro vídeo sobre amamentar com sling

PS.: já aconteceu de eu estar na rua, usando o Mei Tai, e vazar xixi da fralda – ele absorveu e não deixou que me molhasse, ufa!

Levando o bebê para o mundo

babysling

Um dos primeiros itens – e um dos que mais costuma pesar no orçamento – do enxoval do bebê, pelo menos para mães e pais que adoram passear, é o carrinho. Atualmente, existem tantos modelos que é fácil perder muito tempo pesquisando e continuar em dúvida. Se estiver planejando uma viagem de compras no exterior, esse pode ser um dos itens mais importantes a trazer, apesar do tamanho e do trabalho que dispensará. Cogite também a possibilidade de escolher outros babies carriers – o próprio bebê conforto, o babysling, o wrap, por exemplo.

Se resolver “importar” você mesmo, lembre que o carrinho (em inglês, stroller ou buggie) pode ser muito volumoso. Se optar por um modelo que vem com bebê conforto ou moisés, calcule também o possível gasto com excesso de bagagem, pelo número de volumes. Infelizmente, o preço e a variedade são muito mais competitivos lá fora. Confira se é possível receber encomendas no seu hotel, veja se consegue planejar a entrega em tempo da sua estadia e aproveite as promoções da internet e a própria embalagem da compra para despachar na viagem de volta. No Brasil, você tem também a opção de comprar usado (até mesmo pedindo ajuda a outras mamães em comunidades nas redes sociais) ou ainda de encontrar uma boa oportunidade em outlets, inclusive em outlets de importados, como este aqui.

Na hora de escolher o modelo, não serão apenas preço e cor ou estampa que contam na balança. Há vários itens a observar. Para começar a prestar atenção nos que são mais importantes pra ti, vale a pena visitar lojas físicas para experimentar diferentes modelos ou se oferecer para empurrar bebês dos amigos. Para conhecer diferentes marcas e recursos, há muitos vídeos no YouTube que podem ajudar. Meus reviews favoritos são da BabyGizmo.

A segurança do bebê é importante ser observada – a partir de que idade ele poderá usufruir do produto e até que tamanho; como é o cinto de segurança (ele facilmente conseguirá sair sozinho do carrinho sozinho?); quantas travas de segurança há nas rodinhas. O conforto para os pais é igualmente fundamental – qual o peso do carrinho para empurrar ou carregar; qual a facilidade de abrir e fechar; como pode ser empurrado em dia de chuva ou quando precisar ocupar uma das mãos; qual a altura do punho (handles) para apoio das mãos; como é o giro das rodinhas; se há bolsos e acessórios para apoiar bolsas, chaves e outros objetos. A escolha realmente vai se dar de acordo com o uso que for dar para o carrinho: como lembra o Let’s Family, se ele for usado como berço para o bebê no quarto dos pais durante os primeiros meses (e nem todos os carrinhos são apropriados a recém-nascidos), talvez deva ser mais amplo ou com limite para os pés ou, ainda, ter um suporte para moisés ou bebê conforto; para guardar ou entrar em lojas, pode se tornar um monstro se as rodas forem muito grandes (como os carrinhos para jogging) ou se ele for muito largo; se for usar apenas nos primeiros 18 meses do bebê, ele pode ser menor, mas se andar muito a pé (ou viajando com o filhote feito “mochilinha”, como diz uma amiga que mora na Bélgica e já viajou o mundo com o filho a tiracolo) pode precisar dele até perto dos quatro anos, e essa durabilidade também pode se estender a um segundo ou terceiro bebê da família.

            Jeep joggingUppa Baby Vista
O jogger stroller da Jeep vem com mp3 player e pode ser encontrado por menos de US$ 200 nos EUA;
a Uppa Baby é um dos fabricantes de modelos que já vêm com moisés para acoplar na estrutura do carrinho

Há modelos incríveis e baratos feitos para pais atletas, que são com três rodas (grandes) e podem vir até com mp3 player. Há modelos reversíveis e flexíveis, que podem acoplar bebê conforto da mesma ou de outras marcas e podem deixar o bebê virado para os pais, mas alguns são frágeis ou pequenos para crianças maiores. Há modelos com fechamento guarda-chuva que são leves e práticos, resistentes para diferentes tamanhos e fases da criança, mas que não têm opção de acoplar acessórios ou virar o bebê para você.

Maclaren XT umbrella   
A Maclaren fabrica modelos leves tipo guarda-chuva

Escolhi um desses mais tradicionais, mas bem leve, resistente e prático, modelo guarda-chuva. Assumi que se é para passear o bebê é porque estou levando o bebê “para o mundo”, ele não precisa olhar pra mim. Em uma série de palestras proferidas pelo mestre budista Chögyam Trungpa Rinpoche (fundador do Shambhala) nos anos 1970, ele defendia que os pais devem tratar seus filhos como visitas a partir do momento do nascimento. Se essa relação não for bem estabelecida pode gerar dificuldades no futuro, como problemas com dinheiro – para ele, a neurose relacionada ao dinheiro está ligada em parte com a neurose na sua relação com seus pais. Não deve ser uma relação de propriedade, “meu filho”, mas você é “pai” ou “mãe” do bebê, como um bom anfitrião. Levar o bebê para o mundo é como apresentar esse mundo ao seu convidado especial.

“In a genuine marriage, you accept the other person as a friend, a beautiful, communicative friend, and your partner views you as a good friend as well. Then, when you have a child, you actually do regard that child as your first guest. You have to feed and clothe this guest, bring her up, and educate her. You are the host and hostess. That would be the ideal.”
Chögyam Trungpa Rinpoche, p. 146
@ Work Sex Money – Real Life on the Path of Mindfulness

Outros fatores nem sempre observados, mas que vale prestar atenção e deixam sua decisão mais sustentável: de onde vem o produto, de que material é feito, como é feito e qual a política da empresa fabricante. Assim como outros produtos para bebês, observe se há produtos tóxicos na composição do carrinho e se eles são seguros ou podem ser inflamáveis. Veja se é livre de flatatos, chumbo, PVC e se é resistente a chama (BFRs – brominated flame retardants). Neste site, você encontra reviews de carrinhos com propostas ecologicamente corretas, e este reúne estatutos de vários fabricantes de carrinho.

Em muitas situações, carrinhos e bebês confortos podem ser apenas mais um item a carregar. Lembre se terá onde guardar ou estacionar no seu destino. O passeio pode ser muito mais prazeroso com outro tipo de carrier, como um babysling ou um wrap, que são resistentes para carregar desde recém nascidos a bebês maiores – e não pesam. Eles são cada vez mais fáceis de encontrar no Brasil. Aconselho não apenas comprar aqui, como também encomendar sob-medida (pela internet, por exemplo), de acordo com a altura da mãe, por medida de segurança (em lojas geralmente vendem tamanho único, que pode não ser o mais adequado pra ti). Para os papais, o wrap pode ser mais seguro e confortável. É possível até mesmo aproveitar camisetas velhas para fazer, sem usar a máquina de costura, seu próprio wrap. No entanto, não ouse dirigir ou correr com esses carriers (veja os cuidados que deve ter nos links abaixo).

Alguns links para quem estiver interessado nessas formas mais modernas de transporte:
Essa mãe sustentável compara tipos de carrier
Medidas de segurança – o que checar no seu sling ou carrier
Aqui, a cartilha da Babyslings sobre como usar o sling com segurança
Esse pai moderno explica sobre o wrap
Neste vídeo da Morada da Floresta, há uma explicação de como usar o wrap
Essa mãe ensina como fazer um wrap sem costura com camisetas velhas
Aqui ela demonstra como usar e como o modelo de wrap que ela ensina é seguro

Para escolher o carrinho
O que verificar:
– qual o uso que você vai dar ao carrinho? por quanto tempo pretende usar? é seu primeiro filho?
– vai andar mais na rua ou em shoppings e nas casas das pessoas?
– vai viajar com o carrinho?
– vai carregar no porta-malas?
– tem onde guardar em casa?

O que levar em conta:
– medidas de comprimento do carrinho (altura dos pais, largura do carrinho e de suas rodas, tamanho do carrinho fechado para armazenamento e transporte);
– peso do carrinho, flexibilidade das rodas;
– idade do bebê;
– segurança;
– materiais;
– política da empresa.