Como escolher as roupinhas do bebê

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Algumas características e práticas tornam o guarda-roupa do bebê mais sustentável.

Três princípios para aumentar o ciclo das roupas:
Trocar
Em vez de comprar, você pode pegar emprestado, ir ou fazer feiras de trocas, comprar em brechós ou alugar roupinhas. Faça a roupa circular, pois roupinhas de crianças são usadas por pouco tempo. Mesmo que sujem rápido e sejam lavadas seguido, continuam com aspecto de novas.

Reaproveitar
Algumas cores e estampas mais neutras tornam o produto mais resistentes a modas e duráveis para futuros bebês, independente do sexo.
A matéria-prima também pode ser reaproveitada. Existem tecidos de material reciclado, feitos de garrafas PET. Se você costura as próprias roupas ou tem uma costureira, pode reutilizar um tecido – quem não lembra do filme A Noviça Rebelde? As cortinas da casa foram transformadas em roupas chiques para as crianças.

Cuidar
Procure usar o mínimo de sabão possível (três vezes menos do que o indicado pelo fabricante costuma ser o suficiente), dispense o amaciante para evitar alergias no bebê. As roupas ficam macias e duráveis.
Se a roupinha não sujou, procure utilizar mais vezes antes de lavar – deixe arejar antes de guardar. Se quiser deixar um cheirinho gostoso, guarde na gaveta ou num saquinho com um sabonete em barra infantil. Prefira saquinhos de TNT aos plásticos, pois conservam melhor, enquanto o plástico não deixa o tecido respirar e atrai mofo.
Conserte a costura e os botões caso desgastem de tanto abrir para trocar fraldas, vale a pena insistir no uso.

Comércio sustentável:
Como ter segurança de que estamos contribuindo para um comércio justo e que não existe trabalho escravo ou exploração de mão de obra infantil na fabricação dos produtos? Uma escolha consciente também é adquirir diretamente de produtores em feiras, certamente uma solução mais econômica do que as lojas de roupas orgânicas importadas. Incentiva o comércio local e não polui com frete. São escolhas.

Características a observar ao escolher as peças:

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este é um “wrap top” que pode ser usado como blusa ou casaquinho – tamanho 0 a 6 meses

Tamanho durável – Alguns modelos permitem que a roupa do bebê seja aproveitada por mais tempo. Geralmente esses tamanhos são indicados como 0 a 6 meses, não apenas P, M, G. Numeração RN costuma ser pouco usada, dificilmente poderá ser aproveitada além dos 28 dias – a não ser, de repente, em caso de prematuros.

como é uma peça transpassada, o laço permite ajustar de acordo com o tamanho da criança

Blusas e casaquinhos ajustáveis, como esse amarrado com fita, crescem com a criança.

Calças mais largas no bumbum geralmente duram mais e são melhores para usar com as fraldas laváveis; calças sem pé também podem durar mais se não for muito apertada na cintura. Minha filha já veste tamanho M aos dois meses, mas ainda veste esta calça P (0 a 3 meses), que é larguinha no quadril e justinha no calcanhar – assim o pé não fica “solto” se ela dobra a perna, e a calça não fica comprida nos primeiros dias:

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algodão orgânico colorido 0 a 3 meses

Camisetas duram mais que bodies e são mais praticas para usar com as fraldas (o body logo fica curto para fechar com a fralda de pano moderna), mas verifique se a passagem da cabeça é confortável e ampla.

Alças de vestidos e macacões ajustáveis também ampliam o uso.

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neste macacão, o botão fica na alça; poderia ser invertido

Jardineiras são usadas fofinhas e largas no quadril, também resistem mais ao crescimento da criança.

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jardineira orgânica adquirida no site de compras coletivas norte-americano Zulily

Tecidos macios e flexíveis expandem mais e são mais fáceis de colocar, mesmo quando a criança cresce. Uma jaquetinha jeans, por exemplo, pode ser linda, combinar com várias peças e parecer que ainda está no tamanho da criança, mas como o tecido é mais duro, talvez seja impossível de vestir.

Tecido e tinta – por que cuidar?

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Algodão orgânico e tingimento natural deixam a roupa macia e são hipoalergênicos, protegendo a pele do bebê. Roupas muito coloridas, dependendo da tintura, gastam mais água e são menos práticas, pois precisam ser lavadas separadamente. Acreditem, há roupinhas infantis com cheiro forte de tinta. Além disso, o processo de fabricação do tecido natural é menos prejudicial ao meio ambiente, sem utilização de substâncias tóxicas.

O algodão ocupa cerca de 55% das terras cultivadas do planeta. Para seu cultivo, utiliza-se 75% dos inseticidas do mundo. Sem utilizar agrotóxicos, contribuímos para a saúde do solo e das pessoas, desde os agricultores até os consumidores.

Além da consciência ecológica, tem a questão prática:
– roupinhas que fecham nas costas são difíceis de fechar;
– bodies que fecham na frente são mais fáceis de colocar do que os que passam pela cabeça;
– no geral, golas que não tem botão do lado são mais anatômicas e tranquilas de colocar;
– macacões que fecham com zíper são os mais práticos, mas, ainda que sejam de algodão, devem ser usados com um body por baixo, pois a cada troca de fralda o corpinho todo fica exposto ao frio.


Leia mais

Sobre algodão orgânico colorido brasileiro
Um guia interessante para o enxoval do bebê – lembrando que é difícil calcular a quantidade e o modelo das peças do bebê por estação pelos seguintes motivos (ao menos no Sul e Sudeste do Brasil): mesmo que você saiba o mês que o bebê vai nascer, não se pode adivinhar com que rapidez ele vai crescer; não existe norma para a numeração de roupas no Brasil, então há bastante diferença nos tamanhos; as estações do ano estão cada vez menos definidas, infelizmente. Assim, mamães de primeira viagem, não se empolguem muito com as compras, até porque se ganha muito presente e os filhotes crescem rápido e pouco usam as roupas.

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