Passeio: GramadoZoo

GramadoZoo / acervo pessoal

GramadoZoo / acervo pessoal

Há muitos posts atrás, me questionei sobre levar ou não levar a criança a zoológicos e parques com animais. Afinal, eles têm que conhecer os animais fora dos livros, preferencialmente de uma forma respeitosa.

Aproveitamos um feriado para visitar o GramadoZoo, localizado na Serra Gaúcha, na cidade de Gramado/RS. Classificado pelo público do Trip Advisor como o melhor do Brasil e um dos melhores da América Latina, o zoológico de Gramado é um passeio bem divertido para as crianças. Excelente para vermos ao vivo os bichos do Brasil. 

Curtimos muito! Estivemos lá pela manhã, quando havia um público bem tranquilo. Na saída, encontramos mais movimento, uma pequena fila na bilheteria. Fiquei curiosa pelo Zoo Noturno, visita à noite pelo zoológico, já que boa parte dos animais têm hábitos noturnos.

A onça-pintada é um dos animais de hábitos noturnos

A onça-pintada é um dos animais de hábitos noturnos * foto: zoológico de Gramado / acervo pessoal

Em funcionamento desde setembro de 2008, o GramadoZoo é enquadrado na categoria “A” do IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. Ali, os bichinhos são bem tratados, considerando que são animais de cativeiro que ganharam um espaço razoável para circularem. Espaço limitado, muitos deles ficam isolados do público, mas dentro de uma área maior do que uma pequena jaula e em situação certamente melhor do que a de quando encontrados. Alguns têm até aquecedor para suportar o inverno frio de Gramado.

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foto: Gramado Zoo / acervo pessoal

É um zoológico de animais nativos do nosso país. Apesar de abrigar cerca de 1.500 animais de diferentes espécies, não vi uma variedade de aves como se vê voando livres por Porto Alegre – pelo menos na época que fomos, na chegada da primavera. Não é uma fazendinha, com cavalo, galinha, pintinho, galo, vaca, cachorro ou gatinho. Também não tem elefante, girafa, leão. Mas tem jacaré, cobra, onça pintada, onça preta, furão, ema, anta, capivara, cuati, macacos, cisnes, guarás-rubra (aves tão lindas, parecem flamingos). Ótima oportunidade de apresentar a fauna brasileira para as crianças.

Tucanos, papagaios e araras nos recebem aos gritos e com rasantes no GramadoZoo * foto: acervo pessoal

Tucanos, papagaios e araras nos recebem aos gritos e com rasantes no GramadoZoo * foto: acervo pessoal

Por já terem sido domesticados, alguns bichinhos são estrelas. Logo na entrada, fomos recebidos por uma arara que assobiava pra minha filha. Tentei fazer um vídeo, mas assim que a criança saiu dali, quem disse que ela faria um assobio para a câmera? O começo é a melhor parte do passeio: entramos num viveiro cercado no teto, onde tucanos, papagaios e araras voam no meio da gente, se exibindo e dando rasantes.

No final, uma estranheza, assim como no Aquário de Santos, no litoral de São Paulo. Não sabemos bem o que os pinguins estão fazendo ali. São pinguins-de-magalhaes resgatados no litoral de Santa Catarina que estavam intoxicados por um derramamento de óleo e, por isso, não puderam voltar ao seu habitat.

A estrutura para os visitantes é simples. A lanchonete é uma oca e não tinha muita oferta de comida quando fomos, mas o passeio dura o tempo ideal para segurar a fome. Há ração para os animais à venda por R$ 4 em alguns pontos do parque.

Como todo museu, terminamos a volta na lojinha, cheia de lindos bichos de pelúcia bem brasileiros. Se quiser adquirir alguma coisa, se prepare, não são lembrancinhas. Difícil encontrar algo interessante por menos de R$ 50. A camiseta infantil (feita de PET) custa R$ 45, a média de preço dos bichinhos é de R$ 80 ou mais.

A entrada não é uma pechincha também. Pelo menos criança só paga a partir dos 3 anos. Atualmente, custa R$ 54 por adulto, R$ 27 a criança, R$ 27 terceira idade. Por R$ 1,00 a mais, você pode seguir passeando no Parque Gaúcho, que não tivemos tempo de visitar.

Leia mais
Dica de leitura
Principalmente para for ao passeio noturno, recomendo quem leiam antes “O Leão Filósofo, Serafim e Outros Bichos”, de Marlene de Castro Correia, editado pela Pequena Zahar. É uma ficção infantojuvenil sobre alguns animais do zoológico do Rio de Janeiro que lutam para bater um papo livremente à noite, fora do “horário de trabalho”, e vão atrás desse e de outros direitos. Interessante a comparação com um zoo que tem até aquecedor para os bichinhos.

Links
GramadoZoo – site oficial
Compra de ingressos online para GramadoZoo (para famílias com crianças de colo até 2 anos – idosos e crianças, apenas na bilheteria)
Como conscientizar as crianças sobre os animais?

Doação de leite

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Campanha nacional 2013 pela doação de leite materno

Dia 1º de outubro se comemora o Dia Nacional da Doação de Leite Humano. Neste ano, a Rede Brasileira de Bancos de Leite completa 70 anos de atividades. Ontem, Yaskara Delgado Randisek foi homenageada, entre outras mães, pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo por doar leite a uma maternidade da zona leste da capital.

Tirando o excesso de leite, Yaskara evitou dores e deixou muitas crianças saudáveis. Doou sozinha 26 litros de leite. “Eu teria de tirar o leite de qualquer maneira, porque, quando o seio está muito cheio, o aleitamento é dolorido e dificultoso”, declarou.

Quem está nessa fase de excesso de produção de leite pode aproveitar para fazer sua doação. Muitas vezes nem é preciso ir até o banco de leite, alguém vem até você receber o material. Foi o caso de Yaskara. Depois de coletar seu sangue, a equipe da maternidade Leonor Mendes de Barros passou a voltar semanalmente para retirar seus frascos com leite.

Amamentando, não temos muita noção da quantidade que o bebê mama e, fazendo a ordenha, parece sair muito pouquinho. Não tem problema. Você pode congelar esse pouquinho em um recipiente de vidro esterilizado e, na próxima retirada, você utiliza outro frasco para a ordenha e armazena sobre aquele mesmo congelado. Anote no vidro a data da primeira ordenha, pois esse leite será válido para doação em até 15 dias no freezer. Veja os passos para doação de leite neste link.

O que me admira é o fato dos profissionais de muitas maternidades não incentivarem a doação de leite. Pelo menos quando tive princípio de mastite, perto do 30º dia da Dora, ninguém falou nada. Só não me incentivaram a retirar o leite com a máquina, mas pela ordenha manual, para não aumentar ainda mais a produção de leite. Falta informação acessível. Infelizmente, em São Paulo, é bem difícil falar com a Secretaria Municipal de Saúde e ninguém atendia nos telefones em muitas vezes que liguei. Mas procure a maternidade mais próxima no seu bairro ou cidade, pois certamente a comunicação deve ser mais rápida no contato direto.

Consulte a lista de postos de coleta de todo o Brasil neste linkAqui há uma lista de endereços só da cidade de São Paulo e região metropolitana. A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo disponibiliza o seguinte telefone para doações no interior: (16) 3610-2649.

No museu com o bebê

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Leda e o Cisne, de Leonardo da Vinci

Gosto de aproveitar esta fase de exclusividade da amamentação para voltar a fazer minhas atividades e passeios que possa estar acompanhada da Dora. É prático, não preciso temer ficar muito tempo longe de casa, que tem sempre leite pronto pra ela. No máximo, os passeios vão alterar um pouco a rotina e atrapalhar um pouquinho o sono. Até agora, sair para ficar parada e encontrar muita gente por um longo período do dia, sim, interferiu nas horas de sono. Caminhar, passear e mostrar o mundo para o bebê, pelo contrário, traz até qualidade ao sono.

Aos quatro meses (e até um pouco antes), a Dora já estava muito observadora. A primeira experiência dela com obras de arte foi na galeria do restaurante vegetariano Veggie’s na Praça, no Espaço Buenos Ayres, que fica em frente à Praça Buenos Aires, em Higienópolis, em São Paulo. Ali tive segurança de que ela pode me acompanhar numa exposição. Ela ficou vidrada no colorido dos quadros! Assim como já fazemos no cinema, ela vai se acostumando ao ambiente e aprendendo a se comportar nesses lugares.

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Madonna con Bambino, de Carlo Crivelli

Aos cinco meses, levei-a para conhecer um pouco de Leonardo Da Vinci, Michelangelo, Rafael, Ticiano, Botticelli, Veronese, Il Bassano, entre outros artistas italianos na exposição Mestres do Renascimento no Centro Cultural Banco do Brasil, em São Paulo. Devido à grande procura, a exposição foi prorrogada até 29 de setembro – tanto que no site oficial, até a publicação deste texto, a data não estava atualizada. Supus que no meio da semana, à tarde, o movimento seria tranquilo. Imagine: chegando perto do CCBB, já se via as grades para organizar a entrada dos visitantes. Aí está mais uma vantagem de ir ao museu com criança de colo, você não enfrenta a fila. Procure o segurança na porta principal, e ele te conduz até o caminho do elevador.

São três andares de exposição mais um de cronologia e vídeos no subsolo, tudo gratuito. Uma sala por andar, mais de 50 obras. Só não visitamos o subsolo, porque estava tarde e o elevador mecânico estava quebrado. Para os demais pisos, havia um elevador onde cabem um carrinho e três pessoas bem apertadas além da ascensorista. Começamos passeando com o carrinho (mas a Dora no colo), depois o deixamos estacionado nas entradas das salas, supervisionado pelos seguranças.

Eram várias Madonna con Bambino nas telas enquanto a Dora era o único bebê visitante. No mesmo dia, no entanto, outros cinco bebês haviam aparecido, a maioria filhos de turistas estrangeiros, segundo os funcionários do centro cultural. Logo de cara, a Dora já quebrou o silêncio do 4º andar com suas impressões sobre as obras. Deu gritinhos de alegria, estava mesmo feliz de estar ali. Continuou com seus barulhinhos e teve paciência de ver tudo até o final. A luz das salas era suave, o ar bem forte para a conservação das pinturas. O que chamava mais a atenção do bebê não eram os drapeados, coloridos nem a iluminação dentro ou fora dos quadros; as pessoas eram mais interessantes. Foi simpática, sorriu e gargalhou para seguranças e visitantes, mesmo para quem não fazia gracinha pra ela.

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Madonna con Bambino e Santa Catarina,
de L’Ortolano

Corra pra lá até domingo, que está acabando! Indo ao CCBB-SP, não deixe de fazer uma parada na doçaria portuguesa Casa Mathilde para comer um docinho, sentar e amamentar e aproveitar que estão inaugurando o trocador (não chegamos a experimentar, mas os doces – bem doces e grandes – realmente recomendo). Para quem nunca foi, é mais fácil chegar de metrô, Sé ou São Bento – ali não passa carro. Nós fomos a pé.

Agora estamos planejando visitar a Bienal do Mercosul, em Porto Alegre, que vai até 10 de novembro.

Algumas dicas para levar um bebê no museu:
* Evite dias ou horários muito cheios;
* Prefira museus ou centros culturais com espaços abertos ou de fácil circulação – geralmente há bancos para sentar e observar as obras, além de um café ou restaurante;
* Preste atenção no bebê e faça uma pausa para amamentar se necessário; se a criança estiver muito agitada, dê uma volta e continue a olhar a exposição depois;
* Leve sempre uma mantinha, fraldinha de boca, gorro ou casaco com capuz, pois as salas de exposição (ou as entradas delas) costumam ter ar condicionado forte.

Saiba mais:
Sobre a exposição Mestres do Renascimento no CCBB-SP
A representação das crianças nas obras de arte no artigo A criança nasceu no Renascimento

Crianças brasileiras merecem um país melhor

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O objetivo deste blog é compartilhar soluções possíveis, não fazer denúncia. No entanto, para garantirmos um mundo melhor, precisamos nos manifestar. Por isso apoio os movimentos que estão sendo realizados nas ruas brasileiras e a campanha #protestomaterno.

Para o país começar a mudar, os ministérios precisam entrar em comum acordo. Assim como o governo federal deve se comunicar melhor com os estados e municípios. E o povo tem o direito à real participação.

O Ministério da Saúde afirma que o aleitamento materno deve ser feito com exclusividade até os seis meses de idade e defende a livre demanda. As empresas já podem oferecer seis meses de licença maternidade, mas a Previdência Social subsidia apenas 120 dias de salário maternidade a seus contribuintes. O valor da contribuição mensal ao INSS, principalmente para contribuintes individuais, é proporcionalmente muito alto em relação ao valor do salário mínimo recebido. No retorno ao emprego, a lei só permite dois períodos de 30 minutos diários para as mães lactantes trabalhadoras amamentarem seus bebês, totalmente incoerente.

O Ministério da Saúde, ainda bem intencionado, criou uma caderneta de saúde da criança, à qual toda criança brasileira teoricamente tem direito. Porém, ela não é distribuída em postos de saúde, e a responsabilidade é das secretarias municipais de saúde (o Ministério da Saúde se abstém de responder ao cidadão, encaminhando o assunto aos municípios), que sequer são acessíveis por contato telefônico.

Além disso, se não estiverem cientes de seus direitos, gestantes, lactantes e portadores de crianças de colo não são tratados com prioridade em estabelecimentos públicos, mal sinalizados e com funcionários sem treinamento. Sem falar em falta de vagas em creches, na qualidade do ensino, nas calçadas, entradas de agências bancárias e de parques ou praças sem acessibilidade, e outras tantas questões primárias.

Leia na íntegra o manifesto do #protestomaterno:

“O Protesto Materno surgiu da vontade de mães fazerem algo pelo país, já que nem todas podem ir para as ruas com o seu filhote. O movimento começou com a adesão de mães blogueiras (mais de 150), que postam em seus blogs nessa sexta-feira suas visões e opiniões sobre o movimento legítimo e democrático que toma conta das cidades! O protesto reúne outras centenas de mães conectadas – que já estão divulgando o manifesto virtual via redes sociais – e as que decidiram levar essa união materna de volta para as ruas.

O intuito é engrossar as manifestações pacíficas que estão acontecendo pelo Brasil, apoiando mudanças além dos 20 centavos e que, sem dúvida, podem fazer da nação verde-amarela um lugar melhor para nossos filhos. Lutamos por educação, saúde, segurança, menos impostos, um basta a corrupção e impunidade.

Nem precisa ser mãe para divulgar o banner e a tag #protestomaterno, criados para representar a iniciativa – que pertence a todas as famílias brasileiras! Mas que fique claro; isso não é apenas a circulação de um banner bonitinho; é a união de pessoas realmente preocupadas com o futuro dos filhos!

Já são mais de 150 blogs maternos participantes, com o apoio de movimentos nas ruas de várias cidades. Nesta sexta-feira, às 10 horas da manhã, haverá um twitaço para balançar esse país!

Porque quem disse que mãe só entende de fralda?! Mãe entende do futuro dos filhos e quer o melhor para eles! Vem com a gente! Ajude, compartilhando, escrevendo, divulgando os links e acompanhando pela tag #protestomaterno! Também usamos #mudaBrasil #acordabrasil #vemprarua #ogiganteacordou.”